terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um pouco da historia da BOLA DE NEVE!!





Ele tem pinta de surfista, não perde um final de semana na praia e é formado em propaganda e marketing. À primeira vista, a Bíblia na mão é o único indício de que Rinaldo Luiz de Seixas Pereira seja um pastor evangélico. A decoração do local também é um tanto quanto inusitada para uma igreja: nas paredes, quadros de ondas e de surfistas; uma prancha de surfe faz as vezes de púlpito. Os fiéis chegam aos grupos. A maioria tem entre 15 e 30 anos. Eles, de camiseta regata e bermuda; elas, de blusinha e saia curta. Tatuagens e barriguinhas saradas à mostra. Durante o culto, o profeta Tiago é citado como “um dos apóstolos mais ‘chegados’ de Jesus Cristo”.

“É um local em que todos se sentem à vontade e têm contato com a palavra do Senhor. Não há ofensa. E se existem críticas (dos pastores tradicionais), elas nunca foram feitas diretamente a alguém da nossa igreja”, diz o pastor Rina (como Rinaldo é conhecido), 36 anos, criador da igreja Bola de Neve, em São Paulo, cuja freqüência vem crescendo entre os jovens, especialmente os que freqüentam o litoral e gostam de esportes radicais. Surfista desde a adolescência, ele converteu-se depois de enfrentar uma situação “de vida ou morte” provocada pelo abuso de drogas, tendo como agravante uma hepatite C, durante o Carnaval de 1992.

Nascido em uma família de formação batista, Rina aprofundou seus conhecimentos bíblicos, após a traumática experiência, e virou pastor. Batizou a nova igreja (“queríamos um nome que mostrasse algo que começasse pequeno e só crescesse”, explica) e, em fevereiro de 1999, realizou o primeiro culto no auditório de uma das maiores grifes de moda surfe do País, onde ele trabalhava como representante de vendas. “Foi aí que a prancha de surfe virou púlpito, porque eu não tinha nem onde apoiar a Bíblia”, conta.

Desde então, o crescimento da igreja justifica o nome. O número de fiéis, segundo ele, aumentou de menos de 200 para mais de 3 mil. Entre eles está a apresentadora da Rede TV Monique Evans, cujo casamento com o empresário Guga Sander foi celebrado no ano passado por Rina em cerimônia reservada. O jogador de futebol Cris, do Cruzeiro e da Seleção Brasileira, também faz parte desse time. Sedes foram abertas em cidades do litoral paulista, carioca, catarinense e baiano e novas ‘células’ (como o pastor chama os embriões de futuras sedes) começaram a ser trabalhadas nos Estados Unidos, em mecas do surfe: uma na Califórnia e outra no Havaí.
“A mensagem dele alcança a garotada. Os trajes dele, o fato de estar sem a gravata, isso o aproxima dos jovens”, afirma Monique Evans. O músico André Leandre Marechal, o Catalau, 44 anos, pastor da Bola de Neve em Boiçucanga, concorda. “O Rina não faz tipo, a galera se identifica com ele. Ele surfa no meio de todo mundo, tem a ver com essas pessoas”, afirma o ex-vocalista do Golpe de Estado, um dos grupos mais famosos de hard rock do País nas décadas de 80 e 90.
Fora da igreja, Rina leva uma vida parecida com a de seus fiéis. Nos fins de semana, é comum encontrá-lo pegando onda em Camburi, praia badalada do litoral paulista. Também faz curso de mergulho e salta de paraglider. Em São Paulo, faz aulas de natação, malha na academia e vive em um apartamento alugado com a esposa Denise, 30 anos, também evangélica, uma talentosa bodyboarder que teve a carreira prejudicada pelo consumo excessivo de drogas, e o enteado Nathan, de 9 anos. Juntos há três anos, os dois se conheceram na praia, é claro.
Fonte; Revista Isto É Gente

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